sábado, 14 de julho de 2012

CINZA,PÓ E PURPURINA


                                CINZA, PÓ E PURPURINA   

Quando eu morrer vou virar cinza ou purpurina

Meus restos vão se espalhar no mar, verde tinta

Minha energia vai para outra dimensão

Quero ocupar o mar, não ocupar o chão

Aqui quero deixar lembranças e saudades

Mas feliz irei estar longe dessa infelicidade

Ninguém vai caminhar levando o meu sangue

Só palavras vou deixar e cores que estanquem

Estanquem a sangria do seu sofrimento

Devolvam a magia pra quem vive em tormento

Que você coloque um quadro , na parede ou na estante

Que ao olhar suspire e recupere o equilíbrio distante

Quando eu for embora, desejo a quem ficou aqui

Coragem pra lutar, coragem pra intervir

Nos atos de maldade que teimam em praticar

Na escrota crueldade contra quem não pode lutar

Em pé de igualdade com o carrasco opressor

Que hoje se julga rei, mas bem rápido ao sol se por

Será bem frágil e fraco, e possível vítima

Daquilo que ensinou

E também se tornará pó, mas talvez não purpurina

Talvez só uma coisa ruim, esquecida na latrina

E pra quem só olha flores, flores continuem a plantar

Mas saibam que os dissabores a todos podem chegar

E se querem deixar alguém andando nesta terra

Assumiram compromisso de diminuir a guerra

Não adianta uma arma, um cachorro ou cerca elétrica

Ou você é solidário, ou então aumenta a merda

Que o belo e a compaixão tenham sempre um lugar

E que essas mãos que causam dor
Um dia possam se apagar

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