domingo, 7 de outubro de 2012

ÁGUA NAS FOLHAS


                                                                                 

Verde clarinho, bege ressecado no chão

Terra molhada, grama molhada, manhã de água

Raio vem clarear, esquentar o que ficou

Cheio de gotas, no jardim, nas folhas

No coração

 Cheio de orvalho, de sentimento

 Mas sem calor

Raio de sol vem dar beleza à natureza goticulada

Esquentar a alma, meio molhada, meio cansada

Gotas bonitas e mais ainda, ainda mais
Quando brilham iluminadas

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

POR QUE NÓS SENTIMOS


                                 POR QUE NÓS SENTIMOS

 O laço no cacho, o batom no lábio, o canto na língua

O riso na boca, na vida tão louca, mas que não desanima

O passo apressado, às vezes cansado, mas sempre andando

O direito ao alívio, ao ar, ao suspiro, a estar nesse mundo

O corpo que passa com o tempo que marcha para o fim do capítulo

Começará outra estória, criará novas memórias num oásis infinito?

Quem só teve sorrisos não criou defesas para a hora do choro

Que é sempre difícil, incompreensível ,um nó, um sufoco

Quem sofreu um dia, quem chorou por noites, se fortificou

Remédio ruim, a vida é assim, ensina na dor

Quem sofre por si já tem muitos problemas pra equilibrar

Quem nasceu pra sofrer, pela expressão dos outros, pela dor dos outros

Difícil explicar

Somos diferentes

Quem nos pôs aqui deve ter a resposta pra clarificar

Por que nós cantamos? Por que nós falamos, ou sentimos demais?

Ora insatisfeitos, ora querendo nunca mudar de lugar

Por que nós sentimos? Por que esculpimos? Por que não paramos?

Nascemos pra isso, vivemos por isso, e sem querer causar danos
Retrato do que vemos ou do que inventamos