terça-feira, 31 de janeiro de 2012

CINDERELA MODERNA


                                         

Era meia noite a hora que ela saia

Entrava no seu carro, e sem pressa ela ia

Chegava à casa dele e tirava o casaco

Por baixo só a renda, de cortes bem ousados

Depois de amar loucamente, deixava o príncipe descansar

Ela era tão boazinha, ia até ele pra ele não sair do lugar
Ou era generosidade, ou trepada era muito boa pra  ela deixar escapar

BOCA DE RUBI


De tudo nela a boca dela causava fixação

Eu não olhava nem pro vestido, nada comprido e douradão

Ela bebia a marguerita e lambia o sal da taça

Ela falava, ela sorria, gargalhava, séria ficava

Fechada a boca, o brilho forte, bonito, me fascinava

Em outro drink uma cereja aquela boca saboreava

Eu não queria, eu não podia, nada me tiraria dali
Do ângulo certo, pra com sentidos incertos contemplar a boca de rubi

COMPULSÃO



Quero sabores, e quero odores
Cheiros que deixem a alma em balanço
Quero viagens, quero paisagens

Às vezes loucura, às vezes descanso
Quero teu corpo, também outros corpos
Se podes variar, eu posso também
Variemos juntos, sejamos nós dois e mais alguém
Quero criar a toda hora
E música nova sempre descobrir
Decorar novas letras, relembrar as antigas
Sempre sons antes de dormir
Quero salvar o mundo e esquecê - lo também
Tem dias de luta, outros de relaxamento além
Quero vinho, uma garrafa inteira
Conversas que instruam, ou só brincadeira
Gente nova, sempre conhecer

É como um novo livro, interessante de se entender
Quero consumir sempre
Sempre  que um objeto tocar meu coração
Onde parece que o criador leu meus pensamentos
E pra mim de encomenda foi que desenhou
Quero paixão,mas também quero amor
Quero poesia,arte, ousadia,viver com esplendor

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

GUERRA

Voltando de onde? Da tristeza e do sangue sem sentido
E indo pra onde? Pra lugar indefinido
Que se espera seja melhor
Sem tanta morte e dor ao redor
Que se espera que se possa viver cada dia em paz
Se não houver a melhor vida que pelo menos não haja mais morte
Não haja má sorte
Se tenha alguém
Pra junto passar o resto do tempo
Sem precisar tanto rezar, nem dizer amém
Se possa sorrir
E deixar o tempo fluir
E acreditar
Que algum sentido há
Até pras maldades, pras insanidades,desse lugar

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

DILACERADA

Quando soube que tu traías
Que em outros corpos, outras paisagens, usufruías
Meu coração pesou de dor
Minhas certezas perderam valor
Tu parecias tão firme,tão sólido
Com palavras de confiança e bons propósitos
Tu me enganaste nem por amor
Mas só pro prazer, pra desfazer do que era rotina, ao que deu desvalor
O abalo em mim demorrou a cessar
Noites sem dormir, filosofias a decifrar
Só sei que agora por melhor que alguém seja
Exclusividade minha não terá
Me acalmarei em outros braços
Sem sentir remorso
Quando a rotina também me assaltar

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

CHANCES


Quieta, no canto em silêncio
Só sua ausência e pensamento
Só o passado e tentativa de controlar o futuro
Sonhos incertos, sempre em cima do muro
Já tinha entrado de cabeça em coisas demais
Muita intensidade, nenhum resultado, assim tanto faz
Às vezes o destino apronta das suas
E a oportunidade aparece assim clara e nua
É rápida a decisão que tem que se tomar
Tudo pode fluir, e mudar de lugar
É bom sempre fazer, mas também entender
Que a vida acontece sem ninguém comandar

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

ESPUMAS


A espuma da água do mar faz minha pele coçar

A espuma da banheira me faz fantasiar...

A espuma da depilação é cheirosa e necessária

Dá pra cobrir as pernas com vestido, mas não dá pra esconder a cara

A espuma do champagne deixa tudo mais gostoso

E também a do espumante faz tudo delicioso

As bolhinhas que as crianças soltam sem parar

Suja tudo essa espuma, mas é bom para brincar

E a espuma que o esfoliante na minha pele faz
Me deixa mais lisinha e cheirosa por demais

domingo, 22 de janeiro de 2012

VOLTAS


Era  a gente no aeroporto, era a gente na estação

Em busca de prazer, descanso, de sonhos, de solução

Era o terceiro casamento depois de um óbito e um divórcio

Era ter a  grana roubada, a vida destruída pelo sócio

Era a casa que ficava cheia de gente, de bicho, de um dia pro outro

Era o amor nunca encontrado, sempre prometido, era o desgosto

Era a verdade, as realidades, as maldades, as fatalidades

Era esse mundo que rodava sozinho e a gente ajudando aqui do nosso modo

A dar outras voltas, a fazer comédia, a fazer tragédia

E o final feliz?

Ah esse, sempre esperado, sempre prometido, que sempre se quis

Talvez não existisse mesmo, só viver a esmo

Saborear o hoje, esquecer o porquê

Tem gente cuidando do outro século e gente que não quer mais nem um minuto viver

Tem alma aqui de todo jeito, todas com defeito
Sempre foi assim e sempre vai ser

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

PÉROLA

Assim difícil de encontrar
Assim com cuidado para tratar
Com brilho em todo lugar
Como pérola você é pra mim
Raridade,beleza
Prazer de ver
Deslumbramento sem fim
Vontade de guardar
Aprisonar
Juntar a mim

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

FULGA E "FELICIDADE"

Lexotan e música clássica, som que relaxa e não desatina
Dois orgasmos por dia e uma cápsula de fluoxetina
Meditação e velas aromáticas
Natação e estados letárgicos, vinho na prática
Rivotril, melhor coisa que existiu, pra ver o céu sempre anil

O OUTRO LADO


A pulsação da vida que corre em minhas veias
A raiva que me assalta, olhar que te chateia
O choro da criança, que exige paciência
Sem culpa, só ternura, fragilidade, inocência
Os tantos ex amigos que passamos a colecionar
Uma alma em desabrigo
Um coração com medo de amar

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

QUANDO O TEMPO PARA


Molhada,acetinada

Cheirosa,arrepiada

Com ânsia de ser tocada

Com fome de ser amada

Sem hora pra ir embora

Sem medo de ser ouvida

O tempo do mundo era só agora
E esse o único sentido, a única saída

"LOOK" NATURAL

Uma rajada de vento assanhou o cabelo dela
Mas deu um ar selvagem
Ficou mais livre, mais bela
A minha boca na dela,o batom dela tirou
Deixou de ser boneca pintada
Voltou a ser meu amor
E quando um dia na escada, o salto dela quebrou
Levei os sapatos na mão
E ela pisava na grama
Descalça no meio da festa
Sem vergonha, rindo à beça
Sem cara feia, só bom humor

sábado, 14 de janeiro de 2012

ATÉ O FIM

Vida
Caminhos
Aventuras
tristezas
Alegrias
Auguras
Sem saber quando será o fim
Vivendo cada dia simplismente assim

POSSE

Tentei te prender
Tentei te guardar
Viver só pra mim
Fazer o tempo parar
Mas daí vieram outros
E outras coisas também
Mostrar que na vida
Ninguém é de ninguém

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

VIVÊNCIAS

Da conversa da tarde tranquila na varanda
Ao tumultudo e alarde de uma briga de fim de semana
Quantos corações partidos temos que colar
E os conselhos são tão simples
Mas só custa a quem sente a dificuldade de aplicar
Quantos sonhos temos que enterrar
Mas as vezes supresas inesperadas vem nos aliviar
Quem controla os acontecimentos?
Quem está livre dos tormentos?
Produzir uma tarde agradável
Minutos de fuga
Já é tão raro

sábado, 7 de janeiro de 2012

TAÇA PRETA

Taça transparente,cristal puro
Taça de cristal azul
Taça preta?
Bonita,diferente,mas não se vê a cor do vinho
Misteriosa
Guarda veneno?
Pode guardar
Taça preta: Beleza e perigo em todo lugar

domingo, 1 de janeiro de 2012

MUNDO ÍNTIMO

Deslizei meu pincel na tela sem destino certo
Gosto de criar à ceu aberto
Com luz da manhã ou do final da tarde
Gosto de inventar o que não é de verdade
Uma cor,uma forma pouco comum
Que não se parece com lugar nenhum
Mas que mostra a alma e emoção por toda a parte
É o meu mundo mais íntimo,é o mundo da arte