Era a gente no aeroporto, era a gente na estação
Em busca de
prazer, descanso, de sonhos, de solução
Era o
terceiro casamento depois de um óbito e um divórcio
Era ter a grana roubada, a vida destruída pelo sócio
Era a casa
que ficava cheia de gente, de bicho, de um dia pro outro
Era o amor
nunca encontrado, sempre prometido, era o desgosto
Era a
verdade, as realidades, as maldades, as fatalidades
Era esse
mundo que rodava sozinho e a gente ajudando aqui do nosso modo
A dar outras
voltas, a fazer comédia, a fazer tragédia
E o final
feliz?
Ah esse,
sempre esperado, sempre prometido, que sempre se quis
Talvez não
existisse mesmo, só viver a esmo
Saborear o
hoje, esquecer o porquê
Tem gente
cuidando do outro século e gente que não quer mais nem um minuto viver
Tem alma
aqui de todo jeito, todas com defeito
Sempre foi assim e sempre vai ser